Cultivo de plantas medicinais no Instituto Federal de Brasília Campus Planaltina para atendimento do programa Farmácia Viva do Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde de Planaltina/DF

Abstract

O Instituto Federal de Brasília (IFB), Campus Planaltina, já há alguns anos desenvolve vários projetos voltados para a produção de plantas medicinais. Algumas parcerias foram estabelecidas para a implantação destes projetos, como por exemplo, com o Centro de Referência em Práticas Integrativas em Saúde (CERPIS/Planaltina), da Secretaria de Estado de Saúde do Distrito Federal, que através do programa Farmácia Viva fomenta a produção e distribuição de fitoterápicos para a prevenção e tratamento de diversos males que acometem a comunidade que busca tratamento no Sistema Único de Saúde (SUS). Em meados de 2016, através do projeto de vivências integrativas do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia foi estabelecido um estreitamento das parcerias com o CERPIS de Planaltina. Inicialmente foi realizada uma reunião com a professora Edilsa Rosa da Silva e com a engenheira agrônoma Patrícia Sedrez da Rosa e Silva, representando o IFB, e as servidoras, a farmacêutica Isabele Aguiar e a engenheira agrônoma Thais Barbosa, representando o CERPIS. Foi feito um planejamento das atividades de vivências para a produção de mudas de plantas medicinais, para apoiar o programa Farmácia Viva do CERPIS e os alunos do curso de Agroecologia foram convidados a participar das atividades. Desde o princípio, esta vivência representou uma grande oportunidade para todos os estudantes interessados na área, de experenciar a produção de plantas, através do olhar e das propostas práticas da agroecologia. Foi possível para nós desenvolver diversas atividades, como preparo do solo para o plantio de mudas, preparo de mudas de plantas medicinais utilizando terra de formigueiros, limpeza e manejo dos canteiros já coletados, participamos de oficinas sobre as principais plantas medicinais, quais as partes das devem se utilizadas e como prepará-las para o consumo. Além disso, o projeto de vivência foi transformado em um projeto de iniciação científica com bolsa de pesquisa, com o objetivo geral de realizar a montagem de um experimento para avaliação do efeito de diferentes manejos de cobertura de solo sobre o desenvolvimento inicial de duas plantas medicinais, carqueja e manjericão, além de contribuir com a produção de plantas medicinais para a utilização do CERPIS. O experimento foi conduzido de março a junho de 2018, em estufa com irrigação por microaspersão, a partir de mudas produzidas no CERPIS. O delineamento experimental utilizado foi de blocos casualizados, com quatro tratamentos (T1: canteiro com arranquio manual da vegetação espontânea a cada sete dias; T2: canteiro coberto por filme plástico preto; T3: canteiro sem manejo da vegetação espontânea - testemunha; T4: canteiro com cobertura morta, colocada após o plantio), com cinco repetições e três plantas por parcela. As variáveis foram avaliadas semanalmente, sendo que para o manjericão foram altura (cm) e diâmetro (mm) de caule e altura (cm) de plantas e número de ramos para a carqueja. Os resultados dos tratamentos desenvolvidos com a carqueja e o manjericão foram tabulados e submetidos à análise estatística pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Para a carqueja houve um incremento médio de 7,8 cm em altura com média de 6,8 ramos para o tratamento com arranquio manual de plantas a cada sete dias. A altura do manjericão teve incremento de 34,2 cm, com diâmetro médio de caule de 3,7 mm para o T2, cobertura com plástico preto. Com o desenvolvimento do presente projeto, foi possível vivenciar uma importante aprendizagem que uniu os princípios e práticas agroecológicas de produção, com base no respeito ao meio ambiente e a todos os seres vivos, humanos e não humanos, além de auxiliar o IFB, Campus Planaltina, na produção de plantas medicinais para o programa Farmácia Viva, por meio das equipes de trabalho nas atividades de Vivências Integrativas constituídas por estudantes do Curso Superior de Tecnologia em Agroecologia.