Uso de gastrópodes nativos e exóticos do cerrado como ferramenta didática no ensino de conceitos ecológicos (hábitat, nicho ecológico, migração, invasão biológica, competição e controle biológico)

Abstract

Este trabalho possui autorização de publicação apenas do resumo. Elaborar atividades que estimulem o desenvolvimento cognitivo dos estudantes é o principal desafio da Biologia atual. Aulas práticas baseadas em organismos vivos, por exemplo, aplicando moluscos nativos e exóticos (Achatina fulica) do Cerrado, se encaixam nesse propósito porque criam condições para o estudante mostrar saberes prévios, construir conhecimentos novos, além de romper com a forma tradicional de ensino. Este trabalho teve por objetivo criar (1) uma paisagem artificial e (2) uma aula prática empregando moluscos nativos e exóticos do Cerrado para ensinar conceitos ecológicos, bem como (3) testar a eficácia desses recursos didáticos em duas oficinas, cada uma destinada a um grupo específico de discentes. A primeira ocorreu em agosto de 2018 durante o CONECTAIF 2018 do Instituto Federal de Brasília e envolveu 19 estudantes. A segunda, por sua vez, foi executada em setembro de 2018 na Semana da Biologia da Universidade de Brasília e teve 16 participantes. A paisagem artificial construída pelos participantes de cada oficina permitiu simular um contexto de heterogeneidade ambiental e os moluscos nativos e exóticos do Cerrado permitiram observar a movimentação ativa dos seres vivos na busca por alimento. Dessa forma, foi possível discutir os conceitos de hábitat, nicho ecológico, migração, invasão biológica, competição e controle biológico. Os dados resultantes da aplicação de um questionário padronizado antes e depois da aula prática revelaram aumento do aprendizado sobre os conceitos principais em ambas as oficinas, porém entre os discentes da UnB (representativos da educação superior) o aprendizado foi maior. Embora o aprendizado final tenha variado entre os dois grupos avaliados, houve aprimoramentos dos conceitos essenciais em ambos, o que confirma a hipótese de que aulas práticas melhoram o aprendizado discente independentemente do nível educacional considerado.