Guia para criação de role playing game educacional: exemplificando com conteúdos relacionados aos órgãos sensoriais

Abstract

O jogo conhecido por Role Playing Game (RPG) passou a ser de conhecimento popular a partir do momento em que plataformas de stream o colocam em evidência para ser inserido no universo conhecido como mundo geek. Este trabalho apresenta uma nova perspectiva a respeito desta modalidade de jogo, que se traduz em uma possibilidade para ser inserida como recurso pedagógico para o Ensino Fundamental II e Ensino Médio. Existe um modelo de RPG elaborado com conteúdos relacionados aos órgãos sensoriais que serviu para o treinamento de licenciandos em Biologia de uma instituição pública de ensino e para o planejamento de um workshop para a construção de RPG voltado para o ensino de Ciências e Biologia. O produto desta pesquisa é a elaboração de um guia, resultante desse workshop, que sirva para que professores possam construir e utilizar o RPG em suas aulas Ciências e Biologia para o Ensino Fundamental II e o Ensino Médio. Como avaliação do treinamento, os licenciandos preencheram um roteiro de atividades que envolveu a escolha de um conteúdo de algum dos níveis de ensino para a criação de um RPG e o fornecimento de um feedback do seu aprendizado por meio de um questionário. Os resultados apontam que a respeito do RPG (i) o tempo para a aquisição do conhecimento do jogo para a sua adaptabilidade ao contexto educacional deve estender para além de quatro horas e conter experiências de jogar; (ii) tem potencial para ser utilizado como recurso pedagógico e motivacional; (iii) deve conter em sua elaboração a compreensão de seus elementos constituintes que envolvem: o sistema, o manual do jogador com as regras gerais, a ficha do personagem, o enredo contendo a ambientação, a reunião dos jogadores para esclarecer o objetivo central, a aventura com missão principal e específicas (que levam à principal) e a conquista (desfecho), os personagens do mestre, e (iv) o entrelaçamento do conteúdo de Ciências e Biologia deve aparecer no enredo, nas missões e nos testes de habilidades. Conclui-se o RPG por si só possui capacidade lúdica e instiga o jogador a imergir em um universo imaginário em que o alto grau de engajamento e motivação o leva a um nível mais profundo de aprendizagem.