O ser surdo e o narrar-se: letramento e ensino da língua portuguesa para pessoas surdas
Arquivo(s)
Data da publicação
Data da defesa
Permissão de acesso
Autoria
Orientador(a)
Lattes do Orientador
Diretor
Roteirista
Produtor executivo
Título da Revista
ISSN da Revista
Título de Volume
Título do periódico
Volume do periódico
Número da edição do periódico
Página inicial
Página final
Título do Evento
Número da edição do Evento
Nome da instituição
Editora
Local de edição
Campus
Departamento
DOI
ISBN
ISSN
ISMN
Outros identificadores
Resumo
Para o ser surdo, o ensino da Língua Portuguesa se apresenta como um desafio, tendo em vista a especificidade que ele pode não a ter como primeira língua, assim como é para os/as demais estudantes ouvintes e para o docente. A relação que se dá, em uma escola de ouvintes, com as pessoas surdas é de hierarquização da Língua Portuguesa sobre a Língua de Sinais, da articulação oral sobre a sinalidade (Strobel, 2015). Nesse sentido, este estudo se orienta pela tentativa de responder a seguinte questão: como as narrativas do ser surdo podem servir como recurso metodológico para o letramento e o ensino de língua portuguesa como segunda língua? O objetivo central desta pesquisa é coletar e analisar as narrativas dos sujeitos a respeito da sua identificação e experiência enquanto ser surdo estabelecendo uma relação de como elas podem contribuir para o letramento do português como língua adicional para jovens e adultos surdos. Com essa finalidade, analisam-se as experiências escolares dos sujeitos, compartilhadas nos encontros do grupo focal e no registro das entrevistas semiestruturadas, além de avaliar a aplicação de uma proposta de letramento por meio de uma sequência didática em que as narrativas foram e são centrais no processo educativo. Assim, a coleta de dados se deu por meio de análise bibliográfica, do grupo focal e das entrevistas semiestruturadas. A abordagem da pesquisa é de base qualitativa e os procedimentos metodológicos adotados centraram-se na pesquisa-ação. Os dados coletados foram sistematizados a partir das categorias que emergiram nas narrativas dos participantes surdos: identidade, escola, trabalho e letramento. Assim, tais categorias foram analisadas a partir de uma visão crítica da linguagem como constitutiva do sujeito através das relações sociais, históricas e culturais, com base no materialismo histórico dialético. Foram adotadas como percurso metodológico para a criação da sequência didática (SD), o produto educacional desta pesquisa, a noção de material educativo e os seus três eixos fundamentais: o eixo conceitual, o pedagógico e o comunicacional (Kaplún, 2003); e o processo de desenvolvimento de produtos e serviços Design Thinking (Farias e Mendonça, 2021). Os resultados apresentados evidenciam que a prática de leitura, em contextos nos quais se inserem as narrativas surdas, como recurso metodológico, pode ser vista como um caminho útil para a aprendizagem e para o letramento, uma vez que se possibilitam, por essa prática, o contato com novos vocábulos e os significados distintos em contextos diversos. Reafirmando, assim, que o ensino de português não deve estar desvinculado do uso da linguagem na prática social e nem desconsiderar as questões identitárias, culturais e linguísticas dos sujeitos surdos.